domingo, 3 de janeiro de 2010

Introdução


1. Introdução

Turismo é algo de intrínseco a todos nós hoje em dia.
Algo com que nos habituámos a lidar e que é naturalmente aceite pelo nosso consciente e inconsciente como “normal”.
Fazemo-lo porque a disseminação do conceito, do produto e até do acto é-nos incutida desde a nascença.
Mas a etimologia da palavra mostra-nos que o turismo, hoje industria multi-milionária (para alguns bilionária) foi algo que apenas recebeu esse cunho – turismo; há dois séculos atrás.
Espantosamente a palavra turismo foi primeiramente usada para descrever o acto de sair, por mais de 24 horas, do local habitual de residência no ano de 1811.
Certamente nessa época o conceito de turismo não estaria tão definido.
Claramente não era ainda uma indústria, não teria académicos, analistas estatíscos, economistas, financeiros e investidores debruçados sobre todo e qualquer dado, toda e qualquer tendência, toda a informação disponível sobre o assunto como acontece hoje em dia.
Sim, hoje em dia quando se fala de turismo fala-se em qualquer coisa como €642 biliões de receitas geradas apenas em 2008 (aumento de cerca de 1,7% em relação ao turismo internacional em 2007), fala-se em 922 milhões de chegadas (aumento de 1,9% em relação a 2007), em USD$165 biliões de dólares em receitas de companhias aéreas, e no fantástico e francamente incomensurável valor de USD$1,1 triliões de dólares de receitas totais geradas no sector (cerca de USD$3 biliões por dia).
São números de uma dimensão apenas comparável ao Produto Interno Bruto de países de dimensão considerável como a Índia (USD$1,2 triliões) ou a Austrália (USD$1,01 triliões).
A noção moderna de turismo pode ser associada aos movimentos migratórios sazonais das classes mais abastadas que por cultura, lazer ou particularidades climatéricas (fugir ao frio, melhor usufruir dos meses quentes nas zonas de beira mar) começaram a se deslocar para outras áreas durante determinados períodos de tempo.
Era comum na antiga república de Roma, em 509 A.C. as famílias abastadas irem passar os verões na zona de Baia na baía de Nápoles em Itália.
As viagens de Marco Polo, tão celebrizadas na literatura e muito mais tarde no cinema também inspiraram muitos a sair e conhecer o mundo.
Ainda que para muitos Marco tenha sido o primeiro turista, segundo a definição actualmente vigente de turismo ele não pode ser considerado como tal.
Isto porque as suas viagens demoraram cerca de 24 anos a perfazer (e 15000kms) e um turista desloca-se “por um período não superior a 6 meses”.
Mas de qualquer forma será a ele que se deve ter imbuído o imaginário de tantos com o fantástico mundo novo que havia alem das fronteiras conhecidas, que, naquele tempo, se resumia à Europa e aos países nela circunscritos.
Vasco da Gama, Cristóvão Colombo e outros, seguiram-lhe as pisadas e deram-nos novos destinos com que sonhar, novas terras e particularidades a explorar.
Em 1758 dá-se um outro marco importante na história do turismo: a firma Cox & Co é fundada por Richard Cox e torna-se na primeira agência de turismo, à época especializada em deslocações de pessoal militar, evoluindo depois para os abastados que pretendiam viajar.
A concorrência fez com que outras mais começassem gradualmente a surgir e assim evoluiu a indústria turística até aquilo que é hoje.
No meu parecer pessoal, o turismo está a evoluir novamente (de facto não creio que tenha sequer parado alguma vez) estando-se a tornar uma verdadeira ciência.
É sobre esse campo que pretendo incidir e demonstrar onde estamos e sobretudo para onde vamos.

Futurismo é uma palavra associada à dissertação sobre o amanhã, eu vou usá-la nas páginas seguintes para tentar mostrar como será o amanhã desta industria que é ciência, que é terapia, que é de todos.
Futurismo: o amanhã do turismo.